Subfundo Moagem de Sampaio
Informação não tratada arquivisticamente.
Nível de descrição
Subfundo
Código de referência
PT/CMS/FMPC-SFMS
Tipo de título
Atribuído
Título
Subfundo Moagem de Sampaio
Suporte
Papel
História administrativa/biográfica/familiar
A Moagem de Sampaio constituiu à época uma importante mais-valia no que respeita ao processamento de cereais para produção de farinha na região. É um exemplo da transição entre os sistemas mais tradicionais que até então dominavam, representados pelos moinhos de água e de vento, para um sistema de produção industrializado moderno, que não dependia dos caudais dos cursos de água nem tão pouco da intensidade e direção do vento. A concessão de alvará de licença à firma Morujão & Lourinha, a 25 de Maio de 1918, para estabelecer uma fábrica de moagem de cereais no sítio de Sampaio, marcou o início oficial da vida desta estrutura produtiva. A iniciativa tinha já dado os primeiros passos em Novembro de 1917, com a aquisição de um motor a gasogénio da marca Hornsby-Stockport, fornecido pela empresa Harker, Sumner & Co., então sita no Largo do Corpo Santo em Lisboa. As décadas que se seguiram foram prósperas. Está documentada a tentativa de melhoramento da força motriz da unidade, vontade atestada por dois orçamentos de novos motores: em 1930 um Ruston de óleos crus pesados, capaz de desenvolver mais potência (28hp) e, igualmente, em 1933, um Diesel-Benz de 55hp. Em 1936, a fim de ser inscrita nos serviços da Inspecção Técnica das Indústrias e Comércio Agrícolas, a Moagem de Sampaio é descrita com precisão. Para além do motor a gasogénio, possuía três casaes de mós francezas de 1,20m, um aparelho de limpeza combinado, uma tarara Corbet, uma bandeja triangular, um crivo Marot, uma ventoinha, um molhador e dois sem-fins. Os anos de 1940 e 1950 constituem um período de consolidação e até de expansão da atividade de moagem de trigo, milho e centeio. À autorização concedida pelo Ministério da Agricultura em Junho de 1941 para produção exclusiva de farinhas em rama, sucede-se, em Setembro do mesmo ano, a inscrição da Moagem na Comissão Reguladora das Moagens de Ramas. Estava autorizada uma produção mensal máxima de 600kg, produto que era distribuído por três padarias: Castanheira & Garcia (Sesimbra): 240kg; Gaspar & Gaspar (Sesimbra): 120kg; Garcia & Castanheira (Palmela): 240kg. Em 1948 a firma tenta explorar uma outra área do mercado. A Direção Geral dos Serviços Industriais, tutelada pelo Ministério da Economia, concede, a 23 de Dezembro, alvará para torrefação e moagem de café e produtos análogos, atividade que toma lugar num espaço situado nas traseiras do edifício principal. Em 1944 a firma passa a denominar-se “Morujão & Lourinha, Limitada”, sociedade comercial por quotas de responsabilidade limitada, constituída por Leopoldina Rumina Morujão, José Rumina Morujão e Eduardo Rumina Morujão. Abandona-se assim o título “Morujão & Lourinha” que até então tinha designado esta sociedade irregular. Em 1960, a firma possuía oficialmente ao serviço três trabalhadores: Eduardo dos Santos Felicidade como motorista, Manuel Félix Pereira dos Santos como funcionário e José Rumina Morujão, funcionário e proprietário. Sabemos, no entanto, que outros homens passaram pela Moagem de Sampaio durante o seu período de atividade. É o caso de J. Moisés, chefe moleiro, de António “de Azeitão”, de Manuel “Abóbora”, de Santana, ou de Ângelo José dos Santos, da Quintola de Santana. O balanço financeiro de 31 de Dezembro de 1978 mostra um saldo positivo a transitar para 1979 de 25.573$00. Já a passagem para o ano de 1982 arrasta um saldo negativo de 55.740$00. É neste ano que a propriedade passa para o seu antigo funcionário Manuel Félix Pereira dos Santos que a toma em 12 de Março. Os documentos que descrevem a cessação de laboração pelo então proprietário José Roquette Morujão e o início de laboração sob posse de Manuel Félix Pereira dos Santos caracterizam a unidade: uma fábrica com três casais de mós de 1,20m de diâmetro, movida a eletricidade. Com efeito, a implementação de dois motores elétricos na sala de moagem foi feita no início dos anos de 1970, deixando então de funcionar o antigo motor Hornsby-Stockport que por esta altura já tinha sido adaptado a gás propano. Ainda que estivesse já em fase de declínio, a atividade da Moagem de Sampaio é distinguida em 1987 com a Medalha Internacional de Qualidade atribuída pela inglesa International Quality and Standard Organization. A laboração cessou definitivamente na década de 1990.
Âmbito e conteúdo
O acervo documental tem a ver com o funcionamento da Moagem de Sampaio. O acervo documental é constituído pelas seguintes secções e subsecções: SC Regulamentos; SC Desenho do edifício da moagem; SC Serviço administrativo: SR Serviço de pessoal; SR Gestão financeira; SSR Diários de escrituração comercial; SSR Mapa do movimento mensal da fábrica de moagem de ramas; SSR Notas/Diário de laboração; SR Certificados/Livretes; SR Fornecimento de serviços; SR Contribuição predial; SR Expediente; SR Seguros; SR Guias de transporte; SC Catálogos; SC Requerimentos; SC Legislação; SC Miscelânea; SC Coleção fotográfica: SR Vistas panorâmicas de Cezimbra; SR Moinho; SC Publicações periódicas
Sistema de organização
Não tendo sido possível identificar ou reconstituir a organização original da maior parte do acervo, e respeitando os princípios da arquivística, entendeu-se proceder à organização e classificação, de acordo com três critérios principais: orgânico, funcional e por tipologia documental. Dentro de cada uma destas subdivisões os documentos foram ordenados cronologicamente.
Condições de acesso
Encontram-se definidas no regulamento do AMS que prevê algumas restrições tendo em conta o estado de conservação dos documentos. Os pedidos serão analisados caso a caso, de acordo com as normas que regulam os direitos de propriedade do Município de Sesimbra e a legislação sobre direitos de autor e direitos conexos.
Condições de reprodução
Encontram-se definidas no regulamento do AMS que prevê algumas restrições tendo em conta o estado de conservação ou o fim a que se destina a reprodução dos documentos. Os pedidos serão analisados caso a caso, de acordo com as normas que regulam os direitos de propriedade do Município de Sesimbra e a legislação sobre direitos de autor e direitos conexos.
Idioma e escrita
Português
Existência e localização de originais
Depósito do Arquivo Municipal
Relações com registos de autoridade
Relações com registos de autoridade
Câmara Municipal de Sesimbra
Salvaguarda do património intelectual e cultural de Sesimbra.
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CMSSB
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Custodiador
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